Em conversa com a economista e colunista da Forbes, Francine Mendes, a vice-presidente da The LYCRA Company na América do Sul, Adriana Morasco, abordou a retomada do setor têxtil e a importância do fio LYCRA®, que já virou sinônimo de produto, tamanho o sucesso entre as roupas “que esticam”.
Adriana conta que o fio nasceu em 1958 para substituir a borracha natural nas lingeries e depois, migrou para as meias, fitness, entre outros mercados. “LYCRA® representa um marco na área do vestuário e essa pandemia sem o fio não ia dar certo”, comenta.
A vice-presidente ainda ressaltou a importância do conforto, tendência que já vinha sendo abordada anteriormente e que ganhou maior visibilidade nesse momento de crise onde, para muitas pessoas, “o ficar em casa” tornou-se uma obrigação juntamente com o home office.
A evolução do fio LYCRA® no jeans também foi exaltada por Adriana, já que a tecnologia garante ajuste perfeito ao corpo e proporciona quase um tamanho único para as peças – do P ao G e a linha de produtos sustentáveis.
Para a vice-presidente, sustentabilidade é você comprar uma peça e pensar o quanto vai durar no seu guarda-roupa, um produto de qualidade seguindo o consumo inteligente. “Quanto mais qualidade menos desperdício”, afirma Adriana.
Cenário atual
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), de março a agosto deste ano, o setor têxtil caiu cerca de 20%. Adriana conta que essa crise é a pior desde que são contabilizados os dados financeiros e econômicos em 1900, e a LYCRA® vem numa retomada gradual onde a alta do dólar favorece a exportação de produtos.
Outra vantagem do Brasil é que o país mantém uma cadeia completa que nenhum país ocidental tem e, uma das coisas que a pandemia trouxe foi encurtar essa cadeia, valorizando o Feito no Brasil, a produção local.
Adriana acredita que sim, há um consumo represado onde o setor têxtil é o primeiro a cair na crise, mas também primeiro a voltar e ressaltou a importância de olhar a etiqueta das roupas, ver onde foi produzida, comprar de empresas que confie e, que tenha os mesmos valores que os seus. “Saia do fast fashion, venha para o smart fashion”, brincou a executiva.
Sobre o Custo Brasil, principalmente dentro do slow fashion, Adriana diz que acaba sendo mais caro que se produzir lá fora, porém, associações estão trabalhando para a diminuição desse valor. “Mas é importante saber o que está por trás daquela peça. Quem fabrica? De onde vem a mão de obra? Como é produzida?”, apontou.
Para 2021, espera-se um crescimento entre 8 e 9% em comparação à 2020. Adriana acredita na continuação da busca por roupas confortáveis, mesmo na volta aos escritórios, o consumo consciente e a busca por roupas duráveis. As vendas online que tiveram que se adaptar rapidamente à alta demanda também vão perdurar e terão que se reinventar para atender a esse novo consumidor, com o digital e o físico se complementando.
“No início da crise tinha a sensação que sairíamos melhores, mas agora vejo que as pessoas não vão mudar. Quem é correto vai continuar sendo, e quem não é também continuará assim, quem é egoísta vai continuar egoísta e, quem é generoso vai continuar generoso”, afirma Adriana Morasco.
FONTE: https://guiajeanswear.com.br/